De acordo com um levantamento feito pelo Instituto Trata Brasil com a GO Associados, oito estados do país perdem metade ou mais da água que produzem com problemas de vazamentos, ligações clandestinas e falhas de leitura de hidrômetro.
O Rio Grande do Norte ocupa a 8ª posição no ranking estados que apresentam a maior perda na distribuição, chegando a 50%. Isso significa que a cada 100 litros de água captada, tratada e pronta para ser distribuída, 50 litros ficam pelo caminho.
Dos oito estados, cinco estão no Norte e três, no Nordeste, regiões que, historicamente, apresentam os piores índices de saneamento do Brasil.
Roraima é o estado com o pior índice, com uma perda na distribuição que chega a 75%, seguido por Amazonas (69%) e Amapá (66%).
Segundo Pedro Scazfuca, da GO Associados, o índice de perda na distribuição é um indicador de eficiência, o que deixa claro problemas estruturais no setor de saneamento básico do país.
A perda de distribuição é medida através da diferença entre a água produzida pela concessionária responsável pelo setor e o volume que chega às casas das pessoas de forma oficial.
Essa diferença significa desperdício através de vazamentos, roubos e furtos de água e erros de leitura ou leituras imprecisas de hidrômetros antigos. Assim, quanto menor é o índice, menores são os problemas de serviço e gestão.
BRASILEIROS ATENDIDOS COM ABASTECIMENTO DE ÁGUA TRATADA
Enquanto 83,5% dos brasileiros são atendidos com abastecimento de água tratada, a média da região Norte para o mesmo indicador é de 57,5%. A do Nordeste é a segunda pior, com 73%.
Em relação ao acesso à coleta de esgoto, a situação é ainda mais grave: apenas 10,2% da população do Norte e 26,9% da do Nordeste são atendidas, contra a média nacional de 52,4%.
O estudo utiliza os dados mais recentes do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), referentes ao ano de 2017.