Sobre a portaria do Governo Bolsonaro que ameáça a produção de sal no RN, o senador Jean Prates do PT do RN disse: "Estive durante toda a semana que passou trabalhando praticamente sozinho contra estas novas portarias desta Secretaria Especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais do Ministério da Economia".
Prates estava trabalhando para derrubar a portaria que prejudica a indústria de painéis solares no Brasil e beneficia o mercado externo, quando recebeu a notícia de que havia portaria também prejudicando o ciclo do sal no RN. Bolsonaro faz exatamente o contrário do que diz o slogan de campanha: "Brasil acima de tudo, Deus acima de todos".
A medida adotada esta semana ameaça mais 25 mil empregos diretos só no setor salineiro do Rio Grande do Norte e beneficia quem trabalha na produção de sal gema no Chile. Esta portaria e as demais, segundo o senador petista, prejudica em cheio a indústria nacional, que num curto espaço de tempo vai gerar desemprego e afetar a economia.
Para Prates, a turma se distrai facilmente com factoides, defende um governo vendilhão por puro constrangimento de se unir com a esquerda em defesa dos interesses nacionais. Na realidade, o Governo Bolsonaro alardeia benefícios, e, escondido, prejudica com medidas como estas colocadas em vigor esta semana.
O senador petista lamenta as críticas que fizeram ao mandato dele por não ter ido à "celebração" do decreto que tornou o sal do RN de interesse social. Para ele, este decreto é um "factoide", se não vier acompanhado de medidas práticas que garanta a autonomia, altivez do setor salineiro da produção a entrega ao mercado consumidor.
"Agora temos aí a realidade batendo à porta: como eu insisto em dizer sempre, se o setor não deixar de politicagem e se voltar para um processo de reorganização estratégico sério e comprometido com eficiência, transparência, defesa da indústria nacional e interação positiva com as cidades e comunidades, vai depender sempre de mendigar salvaguardas governamentais e jamais terá a autonomia e a altivez que merece!", destaca o senador, que é advogado e economista, com pós nos EUA e França.
Prates disse que o seu gabinete e o Governo do Estado (que já demonstrou eficiência no apoio ao setor através da Secretaria de Tributação) estão à disposição para agir concretamente em favor "da nossa indústria mais tradicional e hegemônica" do RN. Ele espera também apoio de toda a bancada do Rio Grande do Norte nesta luta.
Ressaltante, no entanto, que "é preciso um plano estratégico claro e consensual, para fugir da demagogia barata, dos factoides para enganar temporariamente, dos argumentos fracos e evasivos", e fortalecer o setor salineiro do RN e também outros setores geradores de riquezas no Brasil que estão sendo prejudicados por medidas impensadas do Governo.
Foto: Janderson Dantas
A princípio, o senador destaca que é preciso que a indústria do sal trabalhe com sua própria logística, se aprofunde em pesquisa/inovação (Ufersa já faz um trabalho maravilhoso) para consolidar sua posição e ter o que mostrar e como reagir nestas horas de agressão ao setor.
Primeiro passo é unir a bancada federal do Rio Grande do Norte, Governo do Estado, para convencer o Governo Bolsonaro a revogar a portaria que abre o mercado brasileiro para sal gema chileno e prejudica a indústria brasileira, em especial o Rio Grande do Norte.
O senador Jean Paul Prates, que se mantém atento a estas questões relacionadas a economia e ao mercado brasileiro, geração de empregos, disse que além do sal e a questão dos painéis fotovoltaicos, outros setores também foram prejudicados e que estes setores podem se unir e agir em conjunto para forçar o governo federal a revogar estas medidas.
"O setor de módulos solares fotovoltaicos também está lutando contra uma portaria semelhante, e tenho trabalhado efetivamente com eles a respeito", destaca o senador, que já convidou o secretário do Ministério da Economia para explicar as medidas no Senado e é a oportunidade dos salineiros também atuarem em conjunto para convence-lo a mudar de idéia.
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