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ECONOMIA
13/09/2019 16:03
Atualizado
13/09/2019 16:04

Agrônomos comentam como produzir com sustentabilidade

Para o engenheiro agrônomo, Cláusio Cedraz, um dos maiores desafios da agricultura é justamente fazer esse processo de produzir sendo sustentável. O manejo integrado de praga pode ajudar a diminuir o impacto ambiental, por exemplo.
FOTO: REPRODUÇÃO

Dos 290 produtos liberados em 2019, 41% (118) são considerados extremamente ou altamente tóxicos e 32% são proibidos na União Europeia.

Frente a essa realidade, no Dia Mundial da Agronomia, comemorado hoje, 13 de setembro, cabe uma reflexão: será que dá para realizar uma agricultura sustentável?

Para o engenheiro agrônomo, Cláusio Cedraz, um dos maiores desafios da agricultura é justamente fazer esse processo de produzir sendo sustentável.

Como ele explica, existem diversos tipos de produtos no mercado: biológicos, orgânicos, defensivos, químicos. E, para cada um deles, há o momento certo de aplicar de acordo com a situação apresentada. E também formas de diminuir o impacto ambiental.

“O próximo passo da agricultura é o estímulo à defesa natural da planta. Então, terei produtos que não vão agredir o meio ambiente e vão agir sob a planta, estimulando o próprio sistema de defesa, o fortalecimento do organismo, para que ela conviva com aquela praga ou com aquela doença que existem na lavoura”, explica Cedraz que complementa já perceber movimentações no mercado neste sentido. “A gente só precisa adaptar a nossa legislação que ainda não está preparada para esse tipo de produto”.

Já o professor do curso de Agronomia, Jorge Gheller, tem trabalhado na aplicação de práticas de manejo integrado de praga e de doenças, que inclusive já foram liberadas pelo Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) juntamente com a Empresa Brasileira de Pesquisa e Agropecuária (Embrapa).

“Na minha lógica, isso não quer dizer que vamos zerar o número de aplicações de produtos químicos, mas diminuir bastante em relação ao que é feito pelos agricultores. No manejo de pragas, a redução de aplicações é pela metade. Se um produtor costuma fazer quatro aplicações de um produto, adotando o manejo de pragas, ele reduz para duas. Então já dá uma redução de 50% do número de aplicações”, explica o professor do Centro Universitário Fundação Assis Gurgacz - FAG.

No caso de controle das doenças nas plantações, Jorge exemplifica com a cultura da soja. Uma doença chamada “ferrugem” é a principal ameaça em todo o cultivo.

“O manejo da ferrugem pode ser feito com táticas específicas como a coletagem dos poros das folhas. Portanto, antes da doença atingir a planta. E com isso a gente reduz o número de aplicações de 3 litros de inseticida para a 1 ou 1,5 litros aplicação por hectare. Com a redução desse número de aplicações conseguimos reduzir o custo, tornando a saca de soja mais barata e ainda contribuindo com o ambiente”, acrescenta.

O agricultor deve ter todos os cuidados na hora da aplicação dos produtos para que não sofra riscos com alta exposição.

“O risco é sempre grande se a exposição ao produto for alta, ou seja, o descuido do manipulador que está aplicando. Se for observado as condições de aplicação, preparo e manipulação, o risco será baixo”, comenta Jorge Gheller.


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