21 NOV 2024 | ATUALIZADO 18:32
POLÍCIA
ANNA PAULA BRITO
21/11/2019 15:06
Atualizado
21/11/2019 15:07

Polícia suspeita que universitária foi vítima de overdose em Apodi

O MOSSORÓ HOJE conversou com a mãe de Ana Clara Ferreira, que morreu misteriosamente no domingo, em um banheiro de hotel de Apodi. Ela contou a versão que ouviu do homem que estava com a filha na hora da morte. “Ele afirmou que Clara morreu após beber água. Água não mata ninguém. Eu quero respostas sobre a morte da minha filha”, disse Cláudia Ferreira
FOTO: REDES SOCIAIS

A mãe da estudante de enfermagem Ana Clara Ferreira da Silva, de 18 anos, que morreu de forma misteriosa em um banheiro de hotel, na cidade de Apodi, no domingo (17), conversou com o MOSSORÓ HOJE nesta quinta-feira (21) e relatou todas as informações que recebeu sobre a morte da filha, repassadas pelo homem que estava com a jovem no dia do caso.

De acordo com Ana Cláudia Ferreira da Silva, Kliston Sanderson de Albuquerque (que seria policial e estudante de medicina) informou que havia viajado com a jovem no sábado (16) para a cidade de Apodi, juntamente com os dois filhos dele, que não eram filhos de Ana Clara. Até este momento, a mãe desconhecia o envolvimento da filha com o homem.

Cláudia contou ao MOSSORÓ HOJE que esteve durante todo o final de semana em um retiro da igreja, onde não tinha acesso ao celular. Por volta das 18h do domingo (17), recebeu a notícia de que a filha havia enfartado.

“Eu não acreditei nisso. Imediatamente eu quis ir a Mossoró para entender o que houve com a minha filha. Nós recebemos a notícia por uma tal de Brenda, que é amiga do Sanderson e avisou sobre o ocorrido a uma colega de quarto da minha filha”, explicou.

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Cláudia disse que ao chegar em Mossoró tentaram contato com Sanderson e, somente por volta das 23h do domingo conseguiram falar com ele.

“Ele me informou que havia prestado depoimento na delegacia e feito o BO para a liberação do corpo da minha filha para o Itep. Ele disse que, no domingo, Ana saiu do quarto para comprar uma água. Ao retornar para o quarto, deu um pouco da água para a filha dele e depois tomou o restante. Logo em seguida ela começou a passar mal como se tivesse ficando intoxicada. Começou a ficar trêmula e enrolar a língua. Ele me disse que era estudante de medicina e que tentou fazer os primeiros socorros na minha filha”.

Cláudia ainda contou que Sanderson chegou a questionar se a jovem tomava remédio controlado, pois acreditava que ela havia colocado alguma coisa na água antes de beber.

“Em nenhum momento ele aparentou estar sofrendo com a morte da minha filha. Ele tentou a todo momento denegrir a imagem da minha filha. Disse que eu não conhecia a filha que tinha. Chegou a perguntar se eu sabia que ela bebia e disse que ela bebia ‘de virar a perna’. Essas palavra me magoaram muito, pois mesmo que isso tudo fosse verdade, não era o momento dele dizer aquilo pra mim”, contou.

Em contato com o Portal ApoNews, de Apodi, Sanderson contou a versão dele sobre os fatos. Disse que no momento em que Ana Clara passou mal, havia saído do quarto para fumar um cigarro e deixou a jovem com os dois filhos deles.

Ao perceber que as criança estavam caladas, retornou ao quarto e encontrou Ana Clara e a filha dele passando mal. Segundo ele, a jovem teria tomado água e dado também para a menina.

Ele informou que Ana aparentava está em estado mais grave e tentou prestar os primeiros socorros a ela. Pediu que o filho chamasse uma ambulância enquanto tentava reanimar Ana Clara, que já estava desmaiada.

Em depoimento na Delegacia de Mossoró, onde fez o Boletim de Ocorrência, Sanderson fez exatamente a mesma narração dos fatos.

Ele chegou a dizer ao ApoNews que acredita que Ana Clara tenha cometido suicídio e tentado matar a filha dele, coisa que também afirmou a mãe da jovem.

Um laudo liberado pelo Hospital de Apodi, para onde Ana Clara foi levada após passar mal, diz que a jovem morreu de overdose.

Devido a essa informação, o Delegado de Plantão em Mossoró solicitou ao Itep a realização de um exame toxicológico para averiguar qual substância teria levado Ana Clara a morte. A princípio, o ITEP está informando que a morte da jovem é um caso à esclarecer.

Ana Cláudia, mãe da jovem, contou ao MOSSORÓ HOJE que não acredita nessa versão dos fatos e que, inclusive, as amigas de Ana Clara contaram que a jovem havia terminado com Sanderson na segunda-feira (11), “porque ele apresentava sinais de ser uma pessoa instável”.

Cláudia contou que está em contato com um advogado, reunindo testemunhas, e deve prestar depoimento na delegacia no próximo dia 26 de novembro.

O caso foi inicialmente apurado pela Delegacia de Polícia Civil de Mossoró e deve ter andamento na Delegacia de Polícia Civil de Apodi. De uma forma ou de outra, o caso só terá andamento de fato com a conclusão dos laudos solicitados ao ITEP.

Ana Clara era natural da cidade de Beberibe, no litoral do Ceará. Ela estava morando em Mossoró há 5 meses, onde cursava enfermagem na Universidade do Estado do Rio Grande do Norte.

Segundo amigos e familiares procurados pelo MOSSORÓ HOJE, ela era uma menina tranquila, alegre e que gostava muito de estudar.


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