O Rio Grande do Norte apresentou uma redução da taxa de transmissibilidade da Covid-19 para um pouco abaixo de 1.
Os dados são do Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde (LAIS) da UFRN, coordenado pelo professor Ricardo Valentim, e apresentados durante a entrevista coletiva desta segunda-feira (29).
De acordo com o professor, três pesquisas apontam a diminuição da taxa de transmissibilidade da doença no Estado. Os estudos são de responsabilidade do professor José Dias - que utiliza modelagem matemática -, do LAIS e dos professores ngelo Roncalli e Kênio Lima, da UFRN.
"São três metodologias diferentes que apontam redução da transmissibilidade que é o quanto um indivíduo é capaz de contaminar outros", informou Valentim.
Embora neste momento a transmissibilidade tenha reduzida para menos de 1 (a taxa já ficou entre 1,5 e 2,1), há ainda alta pressão por leitos de UTI, mesmo diante deste quadro de redução apresentado nos últimos seis dias.
O coordenador do LAIS explica que há uma mudança no perfil da demanda por leitos. Os dados do Regula RN mostram que a média de 90 casos na fila aguardando internação em leitos críticos, vem se reduzindo.
"Nosso monitoramento verifica aumento na indicação de pacientes para leitos do tipo clínicos - o que pode ser encarado de forma positiva pois é mais fácil ter estes leitos, já que eles demandam menos equipamentos e pessoal especializado".
O professor Valentim ressalta, contudo, que a sociedade não deve reduzir o isolamento social. "É preciso que todos, setor produtivo, Poderes e pessoas se mantenham solidários, respeitem as medidas protetivas e cumpram o isolamento. A doença ainda é muito agressiva", afirmou.
O secretário adjunto de saúde do Estado (Sesap), Petrônio Spinelli, ressalta que a redução da transmissibilidade influi no número de casos de Covid-19 e reflete o maior cuidado das pessoas com uso de máscaras e maior adoção das ações do Pacto pela Vida, iniciativa governamental que obteve a adesão de muitas prefeituras.
"Iniciamos a semana com viés de baixa na ocupação de UTIs. Esta redução vem se configurando desde a semana passada, mas ainda é muito alta", afirmou.
A pressão maior por leitos críticos ocorre em Natal e região metropolitana que concentra 60% a 70% da demanda.
"Por isso, o foco da Sesap, hoje, é a abertura de leitos no Hospital João Machado, em Natal, e no Hospital Regional de Macaíba", afirmou Petrônio, acrescentando que "a situação de hoje tem que continuar. Não é momento de sair do isolamento e distanciamento social, mas de responsabilidade das pessoas, instituições, empresas e poderes públicos de manterem isolamento e respeitarem as medidas de proteção".