17 NOV 2024 | ATUALIZADO 22:27
ESTADO
ANNA PAULA BRITO E CEZAR ALVES
12/08/2020 19:53
Atualizado
13/08/2020 10:20

Natureza na Serra do Lima segue em recuperação 11 meses após incêndio

O incêndio de grandes proporções, que demorou mais de uma semana para ser controlado, em setembro de 2019, queimou grande parte da vegetação da serra, localizada no município de Patu; Quase um ano depois, a própria natureza, além do trabalho de reflorestamento que vem sendo realizado, se encarregou de renovar a vida no local; Visual encanta os olhos.
Natureza na Serra do Lima segue em recuperação 11 meses após incêndio. O incêndio de grandes proporções, que demorou mais de uma semana para ser controlado, em setembro de 2019, queimou grande parte da vegetação da serra, localizada no município de Patu; Quase um ano depois, a própria natureza, além do trabalho de reflorestamento que vem sendo realizado, se encarregou de renovar a vida no local; Visual encanta os olhos.
FOTO: ANNA PAULA BRITO

Nesta quarta-feira (12), quase um ano depois do grande incêndio que devastou parte da vegetação da Serra do Lima, localizada no Município de Patu, no Rio Grande do Norte, a reportagem do MOSSORÓ HOJE retornou ao local para verificar como está a situação atualmente.

Para nossa surpresa, a Serra do Lima está verde, com uma natureza exuberante e que em nada lembra os registros assustadores provocados pelo incêndio, que teve início no dia 16 de setembro de 2019 e demorou mais de uma semana para ser controlado.

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O prefeito do município, Rivelino Câmara, lembrou de como municípios da região atenderam ao seu pedido de socorro e subiram a serra para ajudar a combater o incêndio, principalmente com o fornecimentos de carros-pipas.

“Foi necessária essa mobilização porque logo no segundo dia o incêndio tomou uma proporção muito grande e aí como a gente só tava tendo o apoio dos bombeiros aqui de Pau dos Ferros e alguns homens de Mossoró, nós tivemos que urgentemente ir a Natal e conversamos com a governadora e mostramos a gravidade do problema”.

Ele conta que foi determinado que o comandante geral do Corpo de Bombeiros fosse para a cidade, onde foi instalado um gabinete de crise. “Assim o fizemos lá no santuário, aí foram deslocados mais 50 homens do corpo de bombeiros aqui para a cidade”.

Rivelino Câmara também destacou a mobilização da própria sociedade. “Para se ter uma ideia, nós tínhamos aqui cerca de 100 voluntários trabalhando diariamente lá no santuário, mais os 50 homens do corpo de bombeiros e esse trabalho durou em torno de 15 dias”.

Meses após ocorrido, o gestor conta que o município fez uma parceria com a Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) para a elaboração de um projeto de recuperação da vegetação consumida pelas chamas.

“Alguns professores, estudantes da universidade estiveram aqui, elaboraram até um projeto, mas a gente também contou com a ajuda divina, digamos assim. Esse ano o inverno foi muito bom e aí a nossa caatinga, quando as chuvas caem, ela realmente renova e ela ressurge. Tem algumas árvores que são mais difíceis e vão demorar mais a volta, mas a gente já teve uma recuperação muito grande da mata devido ao inverno.


SANTUÁRIO DE NOSSA SENHORA DOS IMPOSSÍVEIS

Conversamos também com o Padre Luiz Telmo, um dos reitores do Santuário de Nossa Senhora dos Impossíveis. O santuário correu grande risco com a aproximação das chamas e, na época, o padre atuou diretamente na força-tarefa que foi montada para controlá-las.

O Padre diz que é eternamente grato, não só aos patuenses, mas a população de diversos municípios que se mobilizaram para ajudar.

“As autoridades dos municípios aqui próximo, os prefeitos, o público em geral chegou aqui para ajudar a conter o fogo, porque a serra é um patrimônio, não nosso, mas de todo o pessoal que conhece e sabe defender a riqueza dessa serra. Não só o santuário, mas a vegetação que engloba aqui todo o entorno do santuário, isso é uma riqueza muito grande para todos nós e para toda a região. Então eu sou eternamente grato por toda essa movimentação”, disse.

Assim como o gestor do município, o padre frisou que nem toda a vegetação se recuperou, visto que muitas árvores nativas morreram no incêndio, mas que a serra segue em plena recuperação.

Além da força da própria natureza, que se encarregou de renovar a vida no local, o trabalho de reflorestamento das espécies de árvores consumidas pelas chamas segue constante.

“Nós estamos fazendo um reflorestamento de algumas coisas naturais como a aroeira, algumas plantas que morreram, mas, no geral, nós tivemos uma grande recuperação”, conta.

Confira também reportagem em vídeo.


Além da vegetação, o incêndio também matou animais da região. Apesar disto, o padre conta que muitos deles, principalmente os macacos, que também são uma atração do local, sobreviveram e retornaram ao santuário.

“Diminuiu, mas de vez em quando eles aparecem por aqui. Como agora no período da pandemia o pessoal não vem, eles também ficam um pouco afastados. No momento em que voltar o pessoal, eles voltam também. Eles estão por aqui, todos os dias a gente encontra com eles aqui no entorno da serra”, explicou.

No silêncio, provocado pela ausência de romeiros no Santuário, pudemos ouvir a vida ao redor em sua plenitude. Pássaros, insetos e outros animais nativos, promoveram a trilha sonora perfeita para nos mostrar com clareza que, apesar das dificuldades,  a natureza sempre encontra um caminho para ressurgir.


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