18 ABR 2024 | ATUALIZADO 18:25
MOSSORÓ
29/01/2021 15:51
Atualizado
30/01/2021 14:11

Aplicativo vai ajudar o banco de leite e o CBMRN no cadastro de mães doadoras

A expectativa é que o aplicativo Banco de Leite de Mossoró esteja disponível para download já na próxima semana. Por meio dele, as mães que estão amamentando e que desejam realizar a doação do leite excedente, poderão se cadastrar e terão a doação recolhida em suas casas, por uma equipe do Corpo de Bombeiros, através do Projeto “Bombeiro Amigo do Peito”.
Aplicativo vai ajudar o banco de leite e o CBMRN no cadastro de mães doadoras. A expectativa é que o aplicativo Banco de Leite de Mossoró esteja disponível para download já na próxima semana. Por meio dele, as mães que estão amamentando e que desejam realizar a doação do leite excedente, poderão se cadastrar e terão a doação recolhida em suas casas, por uma equipe do Corpo de Bombeiros, através do Projeto “Bombeiro Amigo do Peito”.
FOTO: CEDIDA/CLAUDIO TRINDADE

Doar e ajudar ao próximo é um ato de amor. Quando essa doação vem em forma de um alimento tão precioso para quem mal chegou ao mundo e já está lutando pela vida, esse gesto tem um valor ainda mais especial. É assim com a doação do leite humano. 

Atualmente, a média de nascimentos no Hospital Maternidade Almeida Castro, em Mossoró, é de 20 por dia, cerca de 7 mil/ano, sendo 48% de Mossoró e 52% das demais cidades da região.  15% deste total são partos prematuros e outros 10% são bebês com baixo peso. Ou seja, uma média anual de 1.800 bebês nascem  precisando de apoio de UTI neonatal, UcincO e Ucinca, para, com acompanhamento profissional especializado,  conseguir aumentar o peso e crescer com saúde.


Para aumentar o peso e crescer com o saúde, com todas as defesas do corpo, é  crucial que este bebê seja alimentado com leite humano.  Segundo Edilene Torquato, do Banco de Leite de Mossoró, as "formulas" (leite artificial) não têm as propriedades nutritivas do leite humano.  "Com o leite humano, reduz de forma significativa o tempo de internação do bebê. Atualmente, o posto de coleta de leite na maternidade chega a receber 400 litros por ano, mas é menos da metade do que precisamos", diz.

 Ainda conforme Edilene Torquato,  enquanto as mães estão com seus bebês na UTI elas fazem a doação tranquilamente no posto de leite da própria  maternidade. "Elas recebem orientações de como ordenhar o leite e os cuidados de manuseio. A equipe da maternidade é preparada para este fim. Depois de coletado este leite, este é levado para o Banco de Leite, que fica do lado da maternidade, onde é pasteurizado e devolvido a maternidade para alimentar os bebes", explica.

Entretanto, conforme Edilene Torquato, após o bebê completar 2 quilos, as mães vão com eles para casa, tornando difícil ela doar o excesso do leite que produz direto no posto de leite da maternidade. O caminho é doar para o Banco de Leite, que é da II Regional de Saúde, que faz o processamento e repassa para alimentar os bebês na maternidade. Entretanto, muitas delas perdem o contato e inúmeros casos o Banco de Leite não reúne condições de buscar este leite nas residências.

Pensando nisso, o Engenheiro de Software Cláudio Trindade, juntamente com Willyane Fonseca  (Designer), Antônio Victor (Gerente de Projeto) e Arivan Junior (Programador Mobile), da empresa Dunnas Tecnologias , criaram um aplicativo de celular que  facilita o cadastro de mães que estão amamentando na maternidade e as interessadas  em doar o excedente  do leite, informar neste aplicativo, que também permite a localização geográfica dentro da cidade e a equipe de coleta do banco do leite buscar.

O aplicativo, que foi criado especialmente para o Banco de Leite de Mossoró, permite que as doadoras realizem o cadastro de qualquer lugar, sem precisar se deslocar até a unidade, ajudando, assim,  a equipe do Corpo de Bombeiros, por meio do programa “Bombeiro Amigo do Peito”, a fazer o mapeamento e construir uma rota de coleta das doações nas residências das mães duas vezes por semana.

Nos próximos 12 meses, a expectativa é de que já tenha mães cadastradas suficientes no aplicativo Amigo do Peito que permita o aumento do volume de doações das mães que já estão em casa com seus bebês, principalmente através do Programa Bombeiro Amigo do Peito, para o Banco de Leite de Mossoró atender, pelo menos, 80% dos bebês que estão internados no Hospital Maternidade Almeida Castro.


O programa foi lançado oficialmente em Mossoró na semana passada e a coleta será realizada dois dias da semana, no local indicado pela doadora, no aplicativo.  Ao apresentar o aplicativo durante o lançamento do Programa Amigo do Peito, em Mossoró, o comandante geral do Corpo de Bombeiros, coronel BM Luiz Monteiro,  e o comandante local da corporação, major BM e médico  Joilton Cunha, conversaram com Claudio Trindade sobre a possibilidade de utilizar o aplicativo em outras regiões, que o Bombeiro tem o programa Bombeiro Amigo do Peito em atividade. 

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“Bombeiro Amigo do Peito” passará a realizar coleta de leite materno em Mossoró

Claudio explica que a ideia de criar o aplicativo surgiu há 10 anos, quando o filho dele nasceu. Ele conta que, na época, existia o desejo de doar para o banco de leite, mas havia muita dificuldade para realização da coleta.

“A gente teve dificuldade pra doar o leite materno. A gente fez toda a parte do cadastro, ligava para o ponto de coleta e não tinha equipe suficiente pra buscar o leite do meu filho e muitas vezes esse leite era jogado fora, porque a gente não tinha lugar pra armazenar e a gente deixava de ajudar pessoas. Então eu tinha pensado nessa ideia há 10 anos e hoje surgiu essa oportunidade de fazer essa parceria com o banco de leite de Mossoró e o Corpo de Bombeiros, pra ajudar, criar um aplicativo que facilite o cadastro, a localização e a doação do leite materno pras crianças que tanto precisam”, disse.

Segundo ele, o aplicativo já está funcionando, mas apenas na próxima semana ele estará disponível para download nas lojas de aplicativo dos smartphones.


“A partir da próxima segunda-feira, dia 1o de fevereiro, todas as mães que estão dentro da Maternidade Almeida Castro, já vão sair da maternidade com o cadastro”. Na medida que o tempo for passando, o número de cadastradas vai aumentando e fechando o ciclo de buscas deste leite. Quando aquela mãe não tiver mais leite, outras já vão está doando e, assim, sucessivamente. 

Claudio Trindade explica também que apesar de ser voltado para doação de leite, qualquer pessoa vai poder se cadastrar no aplicativo, também, para realizar a doação dos frascos (aqueles de Nescafé, com tampa de rosca) fundamental para coletar e armazenar o leite. O Banco de Leite de Mossoró necessita de uma média de 300 frascos destes a cada ciclo de 3 meses.

 

A DOAÇÃO

Qualquer mulher que esteja amamentando e que seja saudável pode fazer sua doação, mesmo aquelas cujos filhos já possuem mais de um ano. É muito importante para os bebês que estão internados na maternidade, conseguir crescer com saúde.

Edilene Torquato, do Banco de Leite de Mossoró, explica que a doação, além de ajudar aos bebês prematuros e desnutridos que nascem na maternidade, é também uma forma de incentivar a amamentação por um período maior de tempo.

Ela lembra que a mulher deve estar com exames em dia e livre de patologias e que mesmo com a apresentação dos exames por parte da mãe doadora, todo o leite doado é esterilizado e livre de bactérias no banco de Leite e só então enviado para alimentar os bebês na UTI Neonatal do Hospital Maternidade Almeida Castro.

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