23 ABR 2024 | ATUALIZADO 18:23
POLÍCIA
ANNA PAULA BRITO
14/04/2021 17:01
Atualizado
14/04/2021 17:01

Em menos de uma semana 3 policiais são mortos e 2 baleados no RN

Todos os casos aconteceram durante tentativas de assalto das quais os agentes de segurança foram vítimas. Quatro deles aconteceram na cidade de Natal e um em Mossoró. Por meio de nota, a Sesed afirmou que grande parte dos suspeitos de envolvimento com as mortes de policiais ocorridas este ano no Rio Grande do Norte já foram presos ou identificados.
FOTO: REPRODUÇÃO

Em menos de uma semana e em apenas 14 dias do mês de abril, 3 policiais foram mortos e outros dois ficaram feridos por disparos de arma de fogo do Rio Grande do Norte. Um número alto, considerando que aqueles que estão preparados para proteger a sociedade estão sendo cada vez mais alvos de criminosos.

Todos os casos aconteceram durante tentativas de assalto das quais os agentes de segurança foram vítimas. Quatro deles aconteceram na cidade de Natal e um em Mossoró.

Os policiais mortos são:

- Cleverson Luiz Fontes, de 45 anos, Policial Civil do estado da Paraíba, morto no sábado, 10 de abril, no bairro de Pitimbu, em Natal.

- Francisco Marcolino Sobrinho, de 44 anos, Cabo da Policial Militar do RN, foi baleado na cabeça na quinta-feira, 8 de abril, no Planalto Treze de Maio, em Mossoró. O PM ficou internado por 4 dias no Hospital Regional Tarcísio Maia, até ter a morte cerebral confirmada, na segunda-feira (12).

- Gustavo Pinheiro de Andrade, de 39 anos, Cabo da Policial Militar do RN, foi morto a tiros no início da noite desta terça-feira (13), durante um assalto a uma loja no bairro Capim Macio, em Natal.

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Os nomes dos dois policiais militares feridos não foram divulgados. Ambos foram socorridos para hospitais da cidade de Natal e não correm risco de morte.

A reportagem do MOSSORÓ HOJE conversou com o Comandante Geral da Polícia Militar do Rio Grande do Norte, Coronel Alarico Azevedo, que esclareceu que, nos casos dos policiais militares, não há ligação direta entre os crimes e o fato de serem militares.

“Em todos os casos é possível identificar, por meio das imagens que foram obtidas, que não se trataram de ações onde os criminosos foram especificamente para matar os policiais. Infelizmente, foram fatalidades que aconteceram e que qualquer cidadão que tenha porte de arma está sujeito. Os suspeitos foram assaltar e ao avistarem as armas ou diante da reação de defesa dos policiais, atiraram”, explicou.

O comandante inclusive deixa um alerta, não apenas para os policiais, mas também para a população civil que tem o registro e pode andar armada, que se mantenha sempre alerta em toda a situação.

“Se tem porte de arma, se andam armados que tenham cuidado onde estão frequentando, que façam uma verificação que nós chamamos de 380º do ambiente, procure uma rota de fuga, um abrigo e quem, em caso de perigo, observe se o criminoso está sozinho, porque geralmente eles nunca estão sozinhos, sempre há outra pessoas dando apoio e são essas que surpreendem e atiram, causando essas situações que verificamos no últimos dias”, explica.

O MOSSORÓ HOJE também conversou com o comandante do 2º Batalhão de Polícia Militar de Mossoró, o Tenente-coronel Carlos Souza. Segundo ele, diante dos últimos acontecimentos, a polícia militar está reforçando o policiamento e as rondas em regiões onde residem policiais.

“Nós não vamos ficar inertes, nós vamos fazer nossa parte que é defender a sociedade e também nos defender. Nós vamos, se Deus quiser, sair vencedores nessa batalha, pode ter certeza disso”.

O comandante fala sobre a crueldade com que os criminosos agem quando descobrem que se trata de um policial, como foi o caso de Cleverson Luiz, retirado do carro e executado na frente dos familiares, quando os suspeitos descobriram que se tratava de um policial.

“Eles são cruéis, não querem saber, atiram pra matar. Não há negociação. Nós, quando prendemos um suspeito, levamos ele para a delegacia, prova disso é que os presídios estão cheios, mas eles não, eles atiram e matam”, lamenta.

O comandante do 2º BPM reforça a orientação do Coronel Alarico para que os policiais, principalmente aqueles que estão de folga, fiquem cada vez mais atentos.

“O policial é visto e notado, porque ele está fardado. O bandido, a gente não sabe. Já o policial que está de folga, quando é assaltado, ele só tem uma saída, que é se defender. Se ele não reagir, provavelmente,ele vai ser morto, então reagindo ele tem ainda uma chance de sobreviver. O que a gente pede aos companheiros é que fiquem atentos”, diz.

O vereador Cabo Tony Fernandes, ex-presidente da Associação de Praças da Polícia Militar de Mossoró, diz que é preciso que haja maior valorização da categoria e investimentos na área para que os tipos de crimes ocorridos nos últimos dias sejam evitados.

“A redução de atentados contra policiais passa por maior valorização e estrutura de trabalho para a categoria, além de maior agilidade na investigação no tocante à identificação dos autores e origem dos crimes. É preciso urgentemente que os discursos sejam transformados em ações efetivas em prol dos profissionais da segurança pública e toda a sociedade”, explica.


NOTA DA SESED

De acordo com a Secretaria de Estado da Segurança Pública e da Defesa Social (SESED), grande parte dos suspeitos de envolvimento com as mortes de policiais ocorridas este ano no Rio Grande do Norte já foram presos ou identificados.

No caso mais recente aconteceu na noite desta terça-feira (13), do qual foi vítima o cabo da PM Gustavo Pinheiro, o suspeito já foi identificado e segue sendo procurado.

Dois suspeitos de envolvimento no caso que vitimou o Polícia Civil Cléverson também já foram detidos e levados à delegacia responsável pela investigação.

Já no caso do latrocínio do Cabo Marcolino, um dos suspeitos foi morto em uma troca de tiros com a PM, na cidade de Itaú. Ele reagiu à abordagem policial e foi baleado. Joanathan Oliveira ainda chegou a ser socorrido, mas morreu antes de chegar ao hospital.

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