17 ABR 2024 | ATUALIZADO 18:21
ESPORTE
ANNA PAULA BRITO
24/05/2022 16:52
Atualizado
25/05/2022 07:22

‘Precisamos de mais investimentos, não somente parabéns e tapinha nas costas’

A frase é da atleta de ciclismo Alice Melo, que consagrou-se bicampeã nacional de ciclismo no Rio de Janeiro/RJ, no sábado (21). Mossoroense, Alice é atleta da Abec Rio Claro, de São Paulo, e diz que espera mais apoio, tanto nacional quanto local, após a conquista do sábado e a exposição que vem tendo. “Hoje meu foco é Paris 2024, mas para que isso aconteça eu preciso ter investimentos, associados ao nosso projeto da Abec, pra gente poder viajar e acumular pontos suficientes para essa classificação olímpica, não somente parabéns e tapinha nas costas, porque isso aí não vai nos levar a lugar nenhum”, disse.
A frase é da atleta de ciclismo Alice Melo, que consagrou-se bicampeã nacional de ciclismo no Rio de Janeiro/RJ, no sábado (21). Mossoroense, Alice é atleta da Abec Rio Claro, de São Paulo, e diz que espera mais apoio, tanto nacional quanto local, após a conquista do sábado e a exposição que vem tendo. “Hoje meu foco é Paris 2024, mas para que isso aconteça eu preciso ter investimentos, associados ao nosso projeto da Abec, pra gente poder viajar e acumular pontos suficientes para essa classificação olímpica, não somente parabéns e tapinha nas costas, porque isso aí não vai nos levar a lugar nenhum”, disse.
FOTO: CEDIDA

O MOSSORÓ HOJE conversou nesta terça-feira (24) com a atleta Alice Melo, mossoroense que consagrou-se bicampeã nacional de ciclismo no Rio de Janeiro/RJ, no sábado (21), no velódromo olímpico. Ela foi o destaque na Prova Omnium, vencendo as 4 provas do conjunto.

Alice falou sobre a alegria da conquista e aproveitou o momento de grande repercussão da notícia sobre a sua vitória para falar sobre a falta de incentivo para atletas a nível de estado e também de município.

Apesar de ser potiguar, nascida em Mossoró, Alice, que hoje está com 27 anos, conta que precisou deixar sua casa muito cedo, aos 16 anos, para seguir o sonho de ser atleta.

Atualmente, ela é atleta da ABEC Ciclismo Rio Claro, de São Paulo, e também recebe uma bolsa atleta do estado paulista, incentivos que ela nunca recebeu do seu estado ou cidade de origem.

Ao lado das companheiras de equipe da Abec, Wellyda e Nicolle, Alice já vem se destacando há algum tempo, conquistando bons resultados em campeonatos a nível mundial, como em 2021, o Top 5 na Rússia e o Top 4 na Colômbia.

Ela contou que muitas pessoas a procuraram para parabenizá-la nos últimos dias e que este reconhecimento é muito gratificante, mas que, não apenas ela, mas também outros atletas, precisam que o reconhecimento, principalmente por parte do poder público, vá além desse momento.

Diz que espera que, diante desta conquista mais recente, algumas coisas possam mudar neste sentido.

“Nesse primeiro momento a gente não conta com o apoio a Seleção Brasileira, financeiramente falando, mas esperamos que, após esse campeonato nacional, algumas coisas mudem, inclusive, até mesmo essa questão de apoio regional, porque cada atleta consegue levar no peito sua origem, de onde é, o quanto ele representa, o quanto luta. Eu levo abertamente, sempre foi assim, a minha origem, de onde eu sou, o quanto eu lutei pra tá onde estou”, disse.

A atleta contou que para irem à Colômbia, por exemplo, precisaram fazer rifas para conseguir arrecadar fundos para cobrir alguns custos da viagem.

Alice lembrou que existe uma lei de incentivo do governo federal, por meio da qual o governo destina parte dos impostos (que recebe de pessoas ou empresas) para diversos projetos, incluindo aqueles que envolvem atletas.

Alguns estados, como São Paulo, já adotam a lei e ela lembra que a Prefeitura de Mossoró, em reunião no começo do ano, estava lutando para trazer essa lei para a cidade, o que facilitaria para uma empresa local patrocinar a própria Alice, por exemplo.

“Hoje se uma empresa de Mossoró quisesse me patrocinar, para ela é muito mais difícil me patrocinar em dinheiro, sem leis de incentivo, isso desanima até o próprio empresário. Então Mossoró, hoje, não conta com lei de incentivo forte, não tem uma bolsa estadual para oferecer para um atleta jovem que queira participar de um campeonato nacional”, explica.

Ela conta que está com uma reunião marcada para amanhã (25), com o prefeito Allyson Bezerra, onde irá apresentar seu portfólio e aproveitar a repercussão positiva dos últimos dias para tentar uma apoio do município.

“O que eu desejo hoje perante a prefeitura de Mossoró é apoio financeiro que custeie o meu material e minhas próximas viagens”, diz.

Hoje, Alice trabalha pela classificação para as Olimpíadas Paris 2024, levando o nome da sua equipe, bem como o do RN e de Mossoró ainda mais longe, mas com os incentivos e investimentos que todo atleta merece.

“Hoje meu foco é Paris 2024, mas para que isso aconteça eu preciso ter investimentos, associados ao nosso projeto da Abec, pra a gente poder viajar e acumular pontos suficientes para essa classificação olímpica, não somente parabéns e tapinha nas costas, porque isso aí não vai nos levar a lugar nenhum”, conclui.


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