26 OUT 2024 | ATUALIZADO 18:26
ECONOMIA
06/08/2024 18:15
Atualizado
06/08/2024 18:17

Salário mínimo necessário para manter uma família de 4 pessoas deveria ter sido de R$ 6.802,88 em julho

O dado foi divulgado nesta terça-feira (6) pelo DIEESE. O departamento estima o valor do salário mínimo necessário com base no valor da cesta básica mais cara durante o mês de julho, que foi a de São Paulo (R$ 809,77), e leva em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência.
Salário mínimo necessário para manter uma família de 4 pessoas deveria ter sido de R$ 6.802,88 em julho. O dado foi divulgado nesta terça-feira (6) pelo DIEESE. O departamento estima o valor do salário mínimo necessário com base no valor da cesta básica mais cara durante o mês de julho, que foi a de São Paulo (R$ 809,77), e leva em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência.

O valor do conjunto dos alimentos básicos diminuiu nas 17 capitais onde o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) realiza mensalmente a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos.

Entre junho e julho de 2024, as quedas mais importantes ocorreram no Rio de Janeiro (-6,97%), em Aracaju (-6,71%), Belo Horizonte (-6,39%), Brasília (-6,04%), Recife (-5,91%) e Salvador (-5,46%).

São Paulo foi a capital onde o conjunto dos alimentos básicos apresentou o maior custo (R$ 809,77), seguida por Florianópolis (R$ 782,73), Porto Alegre (R$ 769,96) e Rio de Janeiro (R$ 757,64).

Nas cidades do Norte e do Nordeste, onde a composição da cesta é diferente, os menores valores médios foram registrados em Aracaju (R$ 524,28), Recife (R$ 548,43) e João Pessoa (R$ 572,38).

A comparação dos valores da cesta, entre julho de 2023 e julho de 2024, mostra que o custo dos alimentos básicos aumentou em 11 cidades, com destaque para as variações de Goiânia (5,82%), Campo Grande (5,54%) e São Paulo (5,17%). Entre as seis localidades com retração nos preços, sobressaem Recife (-7,47%) e Natal (-6,28%).

Nos sete meses de 2024, 15 cidades tiveram elevação nos preços médios, com variações entre 0,06%, em Belo Horizonte, e 7,48%, em Fortaleza. As diminuições ocorreram em Brasília (-0,63%) e Vitória (-0,06%).

Com base na cesta mais cara, que, em julho, foi a de São Paulo, e levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o DIEESE estima mensalmente o valor do salário mínimo necessário.

Apesar da redução, em julho de 2024, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria ter sido de R$ 6.802,88 ou 4,82 vezes o mínimo de R$ 1.412,00. Em junho, o valor necessário era de R$ 6.995,44 e correspondeu a 4,95 vezes o piso mínimo. Em julho de 2023, o mínimo necessário deveria ter ficado em R$ 6.528,93 ou 4,95 vezes o valor vigente na época, que era de R$ 1.320,00.

CESTA X SALÁRIO MÍNIMO

Em julho de 2024, o tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta básica foi de 105 horas e 08 minutos, menor que em junho, quando ficou em 109 horas e 53 minutos. Já em julho de 2023, a jornada média foi de 111 horas e 08 minutos.

Quando se compara o custo da cesta com o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto de 7,5% referente à Previdência Social, verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu em média, em julho de 2024, 51,66% do rendimento para adquirir os produtos alimentícios básicos, e, em junho, 54,00% da renda líquida. Em julho de 2023, o percentual ficou em 54,61%.

COMPORTAMENTO DOS PREÇOS DOS PRODUTOS DA CESTA1

• O preço do quilo do café em pó aumentou em todas as capitais, entre junho e julho. As altas variaram entre 1,07%, em Belo Horizonte, e 12,97%, em Brasília. Em 12 meses, todas as cidades apresentaram elevação, com destaque para os percentuais de Aracaju (28,81%) e de Fortaleza (28,04%). A menor oferta internacional e a desvalorização do real diante do dólar elevaram as cotações do grão no mercado externo e interno.

• O preço comercializado do óleo de soja subiu em 12 das 17 capitais, entre junho e julho, com destaque para as taxas observadas em Aracaju (6,70%), Rio de Janeiro (3,80%) e Campo Grande (3,76%). As reduções mais expressivas ocorreram em Belém (-4,54%) e Florianópolis (-1,68%). Em 12 meses, o preço caiu em nove capitais. A queda mais significativa foi verificada em Salvador (-9,32%). Outras oito cidades acumularam aumentos, com destaque para o Rio de Janeiro, onde a variação foi de 9,97%. A desvalorização do real em relação ao dólar e o maior volume exportado de óleo contribuíram para a elevação do preço no varejo.

• O valor do quilo do pão francês aumentou em 12 capitais, em julho. As maiores variações aconteceram em João Pessoa (2,40%), Campo Grande (2,33%) e Florianópolis (2,03%). O valor ficou estável em Belém e Salvador; e caiu em Brasília (-2,26%), Porto Alegre (-2,22%) e Belo Horizonte(-1,99%). Em 12 meses, o preço médio aumentou em 14 capitais, com oscilações entre 1,20%, em Brasília, e 6,15%, em João Pessoa. As reduções ocorreram em Aracaju (-5,56%), Recife (-1,85%) e Salvador (-0,40%). A baixa oferta de trigo e o encarecimento das importações, provocado pela desvalorização cambial, explicam o aumento do pão francês.

• O quilo do tomate teve o valor reduzido em 16 cidades, entre junho e julho. As quedas variaram entre -45,56%, em Campo Grande, e -17,03%, em Fortaleza. A única elevação ocorreu em Belém (0,19%). Em 12 meses, apenas Belém  apresentou valor médio, com destaque para os percentuais em Recife (-46,79%), Natal (-40,59%) e Belo Horizonte (-36,67%). O calor fez o tomate amadurecer mais rápido, o que elevou a oferta, e os preços diminuíram na maior parte das cidades.

• O preço do feijão recuou em 13 capitais, entre junho e julho. Para o tipo preto, coletado nas capitais do Sul, em Vitória e no Rio de Janeiro, as variações ficaram entre -3,04%, em Florianópolis, e -0,66%, em Curitiba. No Rio de Janeiro, o preço médio não variou. Em 12 meses, houve elevação de preço em quase todas as cidades, exceto em Porto Alegre (-3,20%). As maiores altas acumuladas foram observadas em Curitiba (8,42%) e Florianópolis (8,12%). O tipo carioquinha, pesquisado no Norte, Nordeste, Centro-Oeste, em Belo Horizonte e em São Paulo, apresentou aumento em Natal (2,36%), Campo Grande (1,72%) e João Pessoa (0,93%). Já as reduções oscilaram entre em -5,16%, em Belém, e -0,83%, em São Paulo. Em 12 meses, os valores caíram em todas as cidades, com destaque para Belém (-22,57%) e Salvador (-15,74%). A menor demanda, devido às férias escolares, e a maior disponibilidade fizeram cair o valor do grão carioca no varejo. A produção nacional e as importações elevaram a oferta e reduziram o preço.

• Entre junho e julho, o valor médio do arroz baixou em 13 capitais, com oscilações entre -3,90%, em Belo Horizonte, e -0,37%, em Recife. Em outras quatro capitais, o preço aumentou, com destaque para Porto Alegre (2,26%). Em 12 meses, todas as cidades tiveram taxas acumuladas positivas, as maiores em Curitiba (41,50%), Vitória (40,73%) e Goiânia (40,30%). A maior oferta de grão importado, visto que as exportações seguiram atrativas para os produtores nacionais, fez com que os valores médios caíssem no varejo.

• O valor do quilo da batata diminuiu em sete das 10 capitais da região Centro-Sul, onde o tubérculo é pesquisado, com variações entre -12,01%, em Brasília, e -5,56% em São Paulo, entre junho e julho. Em 12 meses, todas as cidades tiveram elevação de preço, com destaque para as variações de Campo Grande (146,60%), Rio de Janeiro (90,81%) e Florianópolis (84,06%). A maior oferta, com a colheita da safra de inverno, foi responsável pela redução dos preços no varejo.


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