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NACIONAL
Da redação / Folha / G1
25/02/2016 06:16
Atualizado
14/12/2018 02:35

Polícia Federal realiza 6ª fase da Zelotes com foco no grupo Gerdau

Há mandados de condução coercitiva e buscas, mas nenhum de prisão. Integrante do Conselho Administrativo da Gerdau terá que dar depoimento.
Polícia Federal

A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quinta-feira (25) a 6ª fase da Operação Zelotes, que investiga fraudes em julgamentos no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), ligado ao Ministério da Fazenda. Um dos alvos desta etapa é o grupo siderúrgico Gerdau. A suspeita é que o grupo, com atividades em 14 países, tenha tentado interferir no Carf no pagamento de multas que somam R$ 1,5 bilhão.

Agentes saíram às ruas para cumprir 18 mandados de busca e apreensão e 22 de condução coercitiva (quando a pessoa presta depoimento na delegacia e depois é liberada), mas nenhum de prisão. As ações desta quinta ocorrem nos estados de São Paulo, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Pernambuco e no Distrito Federal.
 
A polícia também tem mandado para cumprir duas oitivas com pessoas que já foram presas na Zelotes e estão no presídio da Papuda, no Distrito Federal.

Um dos mandados de condução coercitiva para André Gerdau, diretor-presidente  e presidente do comitê executivo da gerdau.

Segundo a polícia, o grupo Gerdau fechou contratos com escritórios de advocacia que atuaram de maneira ilícita para manipular o andamento de julgamentos e decisões no Carf.

Em nota divulgada na manhã desta quinta, a empresa informou que está colaborando integralmente com as investigações da Polícia Federal e que não concedeu qualquer autorização para que seu nome fosse utilizado em pretensas negociações ilegais. A Gerdau disse ainda que repele veementemente qualquer atitude que tenha ocorrido. Ao concluir a nota, a empresa afirma que está à disposição das autoridades competentes para prestar os esclarecimentos que vierem a ser solicitados.

Histórico
A Zelotes foi deflagrada há um ano, em março de 2015. Segundo a PF, mesmo depois do início da operação, as investigações encontraram indícios de que os crimes continuaram a ser cometidos.

Inicialmente, a Zelotes apurava o esquema em que, segundo a polícia, empresas atuaram junto a conselheiros do Carf para que multas aplicadas a elas fossem reduzidas ou anuladas.

Depois, a Zelotes descobriu que uma das empresas que atuava no órgão recebeu R$ 57 milhões de uma montadora de veículos entre 2009 e 2015 para aprovar emenda à Medida Provisória 471 de 2009, que rendeu a essa montadora benefícios fiscais de R$ 879,5 milhões. Junto ao Carf, a montadora deixou de pagar R$ 266 milhões.

Em 4 de dezembro, 16 pessoas suspeitas de participar do esquema se tornaram réus depois que a Justiça Federal aceitou denúncia do Ministério Público Federal no Distrito Federal.

CPI
O esquema fez com que uma CPI fosse instalada no Senado. Encerrada em dezembro, a CPI recomendou o indiciamento de 28 pessoas, entre ex-conselheiros e lobistas, o relatório final excluiu políticos e não avançou em relação ao trabalho da Polícia Federal e do Ministério Público.

Em fevereiro, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), criou uma CPI para investigar fraudes no Carf.

Notas

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