20 ABR 2024 | ATUALIZADO 22:33
NACIONAL
Da redação
26/02/2016 07:25
Atualizado
13/12/2018 11:12

Filho é infectado mesmo mãe não apresentando sintomas de Zika

Jovem de 20 anos não apresentou sintomas do vírus, mas na 32ª semana, o bebê nasceu morto e apresentou Zika na medula espinhal e no cérebro.
Reprodução

O estudo "PLOS Neglected Tropical Diseases", realizado por pesquisadores brasileiros e americanos reforça a ligação entre o Zika vírus e as alterações do sistema nervoso central.

A pesquisa é baseada no caso em que uma mãe, de 20 anos, não teve sintomas de zika ou de qualquer outra infecção durante a gravidez, mas na 18º semana de gestação o feto começou a perder peso.

Na 30º semana, exames de ultrassom mostraram que o bebê tinha microcefalia e hidranecenfalia, condição em que os hemisférios cerebrais desaparecem, e o local é preenchido por líquido.

O feto também apresentou hidropsia, que se caracteriza como o acúmulo de líquido e inchaço sob a pele e as membranas que envolvem o abdômen, o pulmão e o coração.

O bebê nasceu morto na 32º semana de gestação. A autópsia revelou o vírus da Zika no cérebro, na medula espinhal e no líquido amniótico.

De acordo com o obstetra Manoel Sarno, especialista em medicina fetal e um dos autores do trabalho, "esse caso alerta para um problema que ainda não tinha sido relacionado ao zika, a hidropsia. Falamos agora em sídrome de Zika congênita, não só de microcefalia".

Albert Ko, professor de saúde pública da Universidade de Yale elídero do estudo, afirma que mais pesquisas devem ser feitas para comprovar a ligação entre o zika e a hidropsia.

O que chama atenção também neste caso é o fato da mãe do bebê não ter apresentado nenhum sintoma do Zika, revela o médico Antônio Raimundo, da Bahia, que também participou do estudo. 

"Ela não teve manchas vermelhas no corpo, não teve febre, ou seja, teve uma gravidez normal até a 4º semana, sem nenhuma alteração. Quando a gestação fica mais avançada, surgiram alterações cerebrais muito graves, que levaram ao aborto", relatou o médico.

Para Almeida, o caso reforça a importância de se rastrear com mais cuidado todas as gestantes que moravam em regiões epidêmicas da Zika independentemente se tiverem ou não os sintomas do vírus.

Informações da Folha de São Paulo

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