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ESPORTE
Da redação / Agências Internacionais
26/02/2016 11:26
Atualizado
14/12/2018 00:05

Gianni Infantino, ex-secretário-geral da Uefa, é eleito presidente da Fifa

Candidato preferido por europeus, suíço, de 45 anos, vence eleição no segundo turno com 115 votos, contra 88 do xeque do Bahrein
AFP

O suíço Gianni Infantino, de 45 anos, é o novo presidente da Fifa. O ex-secretário-geral da Uefa derrotou três candidatos e, no segundo turno, foi eleito nesta sexta-feira para um mandato de quatro anos. Infantino será o nono presidente da Fifa, o oitavo europeu - o brasileiro João Havelange (1974-1998) é a exceção. Sua missão será resgatar uma entidade devastada por escândalos de corrupção e na maior crise de credibilidade de sua história.

"Queridos amigos, não posso expressar meus sentimentos. Vamos recuperar a imagem e o respeito da Fifa. Temos de estar orgulhosos da Fifa, todos têm de estar, orgulhosos pelo que faremos juntos. Quero agradecer a todas as confederações, todos os candidatos. É uma competição que é um grande sinal de democracia, quero ser o presidente de todos vocês, de todas as 209 federações nacionais", comentou Infantino em seu peimeiro discurso como presidente eleito.

"Viajo pelo mundo e continuarei fazendo isso. Quero trabalhar com todos vocês juntos para reerguer a Fifa em uma nova era, onde o futebol estará no centro do palco. É o momento de deixar para trás momentos tristes e de crise, de aplicar as reformas e para isso devemos implementar uma boa governança, transparência, respeito. Vamos recuperar esse respeito com muito trabalho e confirmar que podemos mais uma vez focar nesse jogo maravilhoso que é o futebol", prometeu o novo presidente.

Com 115 votos no segundo turno, Infantino derrotou o xeque Salman Ibrahim Al-Khalifa, do Bahrein (88 votos), o príncipe Ali Bin Al-Hussein (quatro votos), da Jordânia e o diplomata francês Jérôme Champagne (nenhum voto). O empresário sul-africano Tokyo Sexwale desistiu da candidatura minutos antes do pleito. Fontes da CBF afirmam que o representante brasileiro, Coronel Nunes, votou duas vezes em Infantino.

A própria candidatura de Infantino foi um produto da crise. O plano A da Europa sempre foi Michel Platini, ex-presidente da Uefa, que acabou banido pelo Comitê de Ética da Fifa por ter recebido de Joseph Blatter um pagamento suspeito no valor de 2 milhões de francos suíços (R$ 8 milhões).

Sem Platini, seu número 2 na Uefa foi a solução encontrada pela Europa. Infantino teve apoio dos europeus, da América do Sul e da Concacaf. Foi o candidato que mais viajou durante a campanha - foi pessoalmente a todas as confederações para pedir votos.

Sua "plataforma de campanha" baseou-se em prometer mais dinheiro para as associações nacionais de futebol. Infantino afirma que, se a Fifa investir melhor o dinheiro que desperdiça, será possível subir para US$ 5 milhões (R$ 20 milhões) o repasse anual para as federações - hoje esse valor é de US$ 2 milhões (R$ 8 milhões).



Outra bandeira de Infantino é o aumento do número de participantes e sedes da Copa do Mundo. Em entrevista ao GloboEsporte.com em janeiro, o suíço defendeu que, a partir de 26, o Mundial seja disputado por 40 seleções em múltiplas sedes.

A eleição vencida por Infantino também é um resultado da crise. Em maio do ano passado, Joseph Blatter, presidente desde 1998, havia sido eleito para mais um mandato de quatro anos. Mas, por causa das prisões ocorridas dias antes do pleito, sentiu-se forçado a renunciar e convocar novas eleições.

A intenção de Blatter era ficar no poder até 26 de fevereiro, mas nem isso foi possível. O pagamento feito a Platini foi investigado pela Comissão de Ética e Blatter terminou banido por seis anos de qualquer atividade ligada a futebol. Quando a punição terminar, o ex-presidente da Fifa terá 85 anos.

Para além dos escândalos de corrupção - e também como produto deles - a Fifa encontra-se em crise financeira. A entidade lida com uma fuga de patrocinadores e gastos inéditos com advogados e por isso fechou 2015 no vermelho, algo que não acontecia desde 2002. O prejuízo foi de US$ 102 milhões.

A Fifa não tentou amenizar ou esconder a situação pela qual passa. Em sua apresentação, o secretário-geral interino, Marcus Kattner, afirmou que a entidade tem enfrentado "grande pressão das autoridades", "forte crítica da mídia e do público em geral" e que os funcionários estão com "a moral afetada".

O mesmo Congresso da Fifa que elegeu o suíço também aprovou uma série de reformas cujo objetivo é desconcentrar o poder das mãos do presidente, do secretário-geral e do Comitê Executivo, conferir mais transparência e incluir mais mulheres na cúpula da entidade.

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