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ECONOMIA
Da redação / Valor Econômico
12/04/2016 11:57
Atualizado
13/12/2018 12:37

Vendas no varejo sobem 1,2% e têm maior alta para fevereiro desde 2010

Apesar do crescimento verificado entre janeiro e fevereiro, o instituto avalia que o resultado positivo ocorreu mais por uma base fraca de comparação do que por uma melhora da economia.
Valéria Lima

O volume de vendas no varejo aumentou 1,2% em fevereiro, o melhor resultado para o mês desde 2010, quando houve elevação de 2,7%. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O desempenho representa uma reversão do rumo apurado em janeiro, de queda de 1,9% (dado revisado).

Apesar do crescimento verificado entre janeiro e fevereiro, o instituto avalia que o resultado positivo ocorreu mais por uma base fraca de comparação do que por uma melhora da economia.

"É um resultado positivo importante, mas ainda não muda o comportamento no longo prazo", resumiu a gerente da coordenação de serviços e comércio do IBGE, Isabella Nunes.

A expectativa dos consultados pelo Valor Data era de que as vendas varejistas registrassem queda de 0,2% em fevereiro. O intervalo das projeções ia de retração de 1,1% até alta de 1,3%.

No ano, o comércio varejista acumula baixa de 7,6%; em 12 meses, houve decréscimo de 5,3%. Na comparação com fevereiro de 2015, o varejo caiu 4,2%, 11ª taxa negativa seguida nesse tipo de confronto. A queda foi menor que o recuo de 10,6% registrado em janeiro, mas ainda com um cenário de restrição de crédito, perda da massa salarial e aumento do desemprego, destaca o instituto.

O IBGE também informou que a receita nominal (sem desconto da inflação) do varejo subiu 1,3% em fevereiro, depois da alta de 0,1% em janeiro, já descontados os efeitos sazonais. Na comparação com o segundo mês de 2015, a receita nominal aumentou 7,3%. No ano, a alta foi de 3,9% e, em 12 meses, de 3%.

No primeiro bimestre, o varejo apresentou baixa de 0,7%, desacelerando a perda em relação ao acumulado dos últimos dois meses de 2015 (-2%). Parte disso se deve à base de comparação fraca, apontou Isabella.

Varejo ampliado
No varejo ampliado, que inclui veículos e motos, partes e peças, e material de construção, o volume de vendas aumentou 1,8% em fevereiro, em relação ao mês anterior, quando diminuiu 1,6% (dado revisado). Foi o melhor resultado para o mês desde 2010, quando subiu 4%.

As vendas de veículos aumentaram 3,8% em fevereiro e as de materiais de construção subiram 3,3%.

Nos dois primeiros meses do ano, o varejo ampliado já acumula alta de 0,3%, em relação ao último bimestre de 2015. De acordo com Isabella, porém, "o resultado positivo não tem fôlego para compensar as perdas do passado".

Atividades
Das dez atividades pesquisadas pelo IBGE no varejo brasileiro, seis registraram aumento de vendas entre janeiro e fevereiro. Houve alta expressiva em bens duráveis, produtos que dependem de crédito por terem alto valor, como veículos, motos e peças (3,8%), móveis e eletrodomésticos (5%) e também material de construção (3,3%). Também influenciou a alta do período as vendas em hiper, supermercados, que subiram 0,8%. Outros avanços ocorreram em combustíveis e lubrificantes (1,6%) e artigos farmacêuticos e de perfumaria (0,3%).

As demais quatro atividades registraram queda: tecidos, vestuário e calçados (-2,8%), livros, jornais, revistas e papelaria (-2,4%), equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (-1,3%) e outros artigos de uso pessoal e doméstico (-0,1%).

Móveis e eletrodomésticos apresentaram o melhor resultado ao interromper uma série de duas quedas seguidas, mas ainda acumula perda de 16% nos últimos 12 meses. Em relação a fevereiro de 2015, o tombo chegou a 10,9%. “Tal comportamento foi influenciado pela elevação do custo das operações de crédito às pessoas físicas, além da redução da massa real de rendimentos”, disse o IBGE.

Hiper e supermercados reverteram três baixas seguidas e cresceram 0,8% em fevereiro. A atividade representa quase metade do varejo. Em 12 meses, o segmento já perdeu 3% do volume de vendas na comparação com igual período anterior. Na comparação com fevereiro de 2015, o dado continua negativo: recuo de 1,4%.

As vendas de automóveis, motos, partes e peças ainda registram queda de 17% em 12 meses. Em relação a igual mês de 2015, o recuo correspondeu a 6,6%. Ainda nesse grupamento de atividades, material de construção também está no campo negativo no acumulado em 12 meses (-9,5%), no primeiro bimestre (-14,8%) e em relação a fevereiro do ano passado (-11,1%).

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