19 ABR 2024 | ATUALIZADO 15:38
NACIONAL
Da redação
08/11/2018 11:32
Atualizado
14/12/2018 05:40

Pela Mangueira, deputado recebeu propinas em 'meias' e até através da própria mãe, diz MPF

O operador disse ao MPF que disfarçava o dinheiro a pedido de Chiquinho para que Celeste não percebesse o que estava recebendo
Maria Celeste Ferreira de Oliveira, mãe do deputado Chiquinho da Mangueira , é citada no principal depoimento que serviu como prova para a petição do Ministério Público Federal (MPF ), responsável por levar o parlamentar para a cadeia na manhã desta quinta-feira pela Operação Furna da Onça . Sergio Castro Oliveira, o operador de Sérgio Cabral que atuava distribuindo propinas entre parlamentares da Assembleia Legislativa do Rio ( Alerj ), disse aos investigadores que efetuou pagamentos entregues em mãos para a própria Celeste. Ela não teria conhecimento do conteúdo dos envelopes que recebia de Serjão a mando do filho.

O operador disse ao MPF que disfarçava o dinheiro a pedido de Chiquinho para que Celeste não percebesse o que estava recebendo. Em outras ocasiões, segundo os procuradores, os valores teriam sido entregues ao próprio parlamentar por outros operadores financeiros utilizando meias compridas em que cabiam quantias que chegavam a até R$ 150 mil.

As afirmações do depoente sobre as entregas feitas à mãe de Chiquinho foram confirmadas pelos investigadores através do "Sistema ST", utilizado pelos colaboradores da rede de corrupção para controlar as transações bancárias envolvidas no esquema desvelado pela nova fase da Operação Lava-Jato. Entre dezembro de 2013 e fevereiro de 2014, o sistema aponta que foram feitos seis pagamentos de R$ 500 mil, totalizando R$ 3 milhões entregues ao parlamentar, que neste período se preparava para o primeiro desfile da escola de samba Estação Primeira de Mangueira sob a sua presidência. Pelo menos cinco destes seis pagamentos constam no sistema nos nomes de "Celeste/Chiquinho", "Chiquinho ou Celeste" ou "Chiquinho/Celeste".

Além destes valores, a denúncia também aponta que o parlamentar do PSC recebia uma mesada de R$ 20 mil.

Meias compridas

Outro depoimento considerado pelo MPF coloca Chiquinho da Mangueira na cena do crime: um entregador ligado aos doleiros Claudio Barboza e Vinícius Claret disse aos investigadores que entregou dinheiro a um homem identificado como Chiquinho, reconhecido pelo depoente através de uma foto. Essas transações teriam sido feitas utilizando meias compridas onde couberam quantias entre R$ 100 e R$ 150 mil. Este mesmo entregador disse acreditar que a operação tenha ocorrido em 2014 e que o local em que foi enviado para entregar as meias, localizado em Vila Isabel (bairro em que Chiquinho foi criado e onde a mãe dele mora) parecia com uma "sede eleitoral".

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