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NACIONAL
COM INFORMAÇÕES DO METRÓPOLES
04/06/2021 18:24
Atualizado
04/06/2021 20:54

Aziz diz que gabinete paralelo ditava quem ia morrer e quem ia viver

Vídeo divulgado pelo site Metrópoles, nesta sexta-feira (4), reforça a existência de um gabinete paralelo para aconselhar o presidente Jair Bolsonaro sobre as decisões com relação à pandemia da Covid-19. Em reunião ocorrida em 8 de setembro, no Palácio do Planalto, a imunologista Nise Yamaguchi, o deputado Osmar Terra, o virologista Paolo Zanoto e outros médicos de diversas especialidades aconselham Bolsonaro contra a aquisição de vacinas e reforçam a necessidade de uso de medicamentos comprovadamente sem eficácia contra a doença.
FOTO: REPRODUÇÃO

Trechos de uma reunião ocorrida em 8 de setembro, no Palácio do Planalto, reforçar a existência de um gabinete paralelo da saúde, que vem sendo umas das principais linhas de investigação da CPI da Covid, no senado.

Na reunião, que na época foi transmitida ao vivo pelas redes sociais do Presidente Jair Bolsonaro, membros aconselham o presidente contra a aquisição de vacinas e a favor do uso de medicamentos comprovadamente sem eficácia contra a doença.

As imagens foram obtidas pelo site Metrópoles. O vídeo ainda confirma que Arthur Weintraub intermediava os contatos entre o grupo e o Palácio do Planalto.

Entre os participantes do encontro, estão a imunologista Nise Yamaguchi, o deputado Osmar Terra, o virologista Paolo Zanoto e outros médicos de diversas especialidades. Confinados em uma sala de reuniões, nenhum dos profissionais usa máscara.

As imagens também apontam Osmar Terra como o cacique intelectual do grupo. “Uma honra trabalhar com o senhor neste período” afirmou Nise Yamaguchi ao deputado. Na CPI da Covid, ela negou a existência de um gabinete paralelo e disse que prestava apenas “aconselhamento”.


Tratado com deferência especial, o virologista Paolo Zanoto parece ter intimidade com Bolsonaro. O presidente faz questão de que ele saia da plateia e se sente ao seu lado. Para cumprimentá-lo, o presidente da República bate continência.

Na ocasião, Zanoto aconselha Bolsonaro a tomar “extremo cuidado” com as vacinas contra a Covid-19. “Não tem condição de qualquer vacina estar realisticamente na fase 3”, diz. Na data do encontro, e-mails da Pfizer estavam sem resposta nos computadores do Ministério da Saúde.

A orientação antivacina prossegue. “Com todo respeito, eu acho que a gente tem que ter vacina, ou talvez não”, afirma o virologista, enquanto uma médica balança a cabeça de forma negativa.

Ele baseia sua argumentação em um suposto problema dos coronavírus no desenvolvimento vacinal, sem apresentar qualquer evidência.

REAÇÕES

O presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz (PSD-AM), se pronunciou, nesta sexta-feira (4), sobre o assunto.

Por meio de vídeo, o senador afirma que o vídeo divulgado pelo Metrópoles corrobora algo já levantado pelo colegiado, de que o grupo em questão era o responsável por instruir o presidente sobre as medidas de combate à crise sanitária.

O presidente da CPI da Covid afirma que o gabinete paralelo “é responsável pelas vidas de muitas pessoas que foram perdidas para a Covid-19”.

“O gabinete paralelo ditava a tua saúde, a minha saúde; quem ia morrer e quem ia viver. Isso é o saldo que nós temos hoje”, afirmou.

Já o senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI, usou as redes sociais para comentar o vídeo. Segundo ele, diante da gravação, a existência do “gabinete paralelo” é “inegável”.

“Na reunião de 8/9/20 ele renega a vacina. No dia 12/9 a Pfizer oferta vacinas diretamente a Bolsonaro, que despreza o imunizante até março de 21. Apenas no dia 18/8 ignorou-se 130 milhões de doses. Eis o ministério da doença em ação”, publicou o senador no Twitter.

O vice-presidente da CPI da Covid, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), afirmou que quer convocar o deputado federal Osmar Terra (MDB-RS) e o virologista Paolo Zanotto para prestarem depoimento à comissão.

O senador destacou que o vídeo é “a prova definitiva da existência do ‘gabinete paralelo’ que a CPI já investigava”.


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