Na próxima segunda-feira, dia 17 de abril, será julgado no Fórum Municipal Desembargador Silveira Martins, mais um caso de feminicídio, ocorrido no ano de 2022, em Mossoró-RN.
Réu: Diego Rodrigues Marques, de 33 anos.
Vítima: Vanderlânia Lima Queiroz
Vanderlania foi encontrada morta no dia 27 de abril de 2022, por volta das 13h30, na Rua Olivério Olímpio Neto, próximo ao Motel Hawana, no bairro Planalto 13 de maio. No local onde foi encontrado o corpo, não havia casas por perto. É um local ermo.
Mulher é encontrada morta à tiros no bairro Planalto 13 de Maio em Mossoró
Segundo a denúncia, o localizador da moto, gravações de vídeo nas ruas e as testemunhas colocaram Diego no local do crime, no mesmo instante que Vanderlania foi morta.
Ao ser ouvido, Diego negou ter matado a mulher. Alegou que foi atacado a tiros por 2 inimigos, que os tiros pegaram na mulher e que, depois disso, ele fugiu para Brejo do Cruz, na Paraíba.
No entanto, durante as investigações, os policiais descobriram que o relacionamento do réu com a vítima era totalmente abusivo (ele era violento) e ela estava disposta a se separar dele.
Inclusive, uma semana antes do crime, segundo relata a família, Vanderlania foi para Baraúna, com os familiares, buscando apoio para se separar do marido ciumento e violento.
Nesta estadia, Diego teria ligado diversas vezes para Vanderlania e ela decidiu bloqueá-lo nas redes sociais, o que o deixou ainda mais furioso. Ele sempre se irritava com ela.
Sobre este fato, testemunhas contaram em juízo que ouviram Diego ameaçando Vanderlania, exatamente com estes termos: “Você não me bloqueie, pois se bloquear você vai ver”.
Em juízo, Diego Rodrigues narrou que saiu de casa numa moto emprestada levando Vanderlânia para ir buscar uma moto que havia comprado para ela.
Ainda segundo ele, dois homens numa moto passaram a persegui-lo, querendo matá-lo a tiros, e os tiros teriam acertado em Vanderlânia. Ele abandonou a mulher e fugiu para Brejo do Cruz.
No entanto, o laudo do ITEP apontou que o tiro no abdômen de Vanderlania havia sido disparado à queima roupa. Os outros dois no rosto, também à curta distância.
No caso, o laudo do ITEP cimentou a versão da promotoria de Justiça, de que se trata de um crime de feminicídio premeditado, por motivo fútil e sem chance de defesa para a vítima.
A prisão do acusado Diego Rodrigues ocorreu cerca de dois meses depois do crime, quando ele se apresentou na Polícia Civil acompanhado de advogado. Na ocasião, ele negou o crime. Em depoimento, o réu confirma que responde a outros dois processos e que tem inimigos.
O julgamento deve começar às 9 horas, sob a presidência do juiz Vagnos Kelly Figueiredo de Medeiros. O promotor de Justiça Italo Moreira Martins foi escalado pelo Ministério Público Estadual para atuar em defesa da sociedade, ou seja, na acusação o réu durante o julgamento. O advogado Otoniel Maia Junior confirmou que vai atuar na defesa.
Em contato com o MH, Otoniel Maia Junior disse: “O réu nega que tenha cometido o crime, inclusive se apresentou espontaneamente à justiça para responder a ação penal na qual é acusado, mesmo sabendo da existência de mandado de prisão em seu desfavor, desse modo a defesa técnica levará a plenário as provas contidas nos autos que alicerçam a versão do mesmo”.
Segunda-feira da semana passada, dia 10 de abril, sentou no banco dos réus Franceildo Cardoso de Sousa, de 26 anos, acusado de matar, com requintes de crueldade, por ciúmes, a ex-mulher Ana Karolina de Oliveira, no dia 16 de julho de 2022. Na ocasião, Karoline, mãe de dois filhos pequenos, sendo um autista, tinha 22 anos.
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