Neste dia 14 de fevereiro de 2025, completou um ano que os presos Deibson Cabral do Nascimento, o Tatu, e Rogério da Silva Mendonça, o Martelo, conseguiram de forma muita estranha fugir da Penitenciária Federal de Mossoró-RN.
O secretário nacional de Políticas Penais, André Garcia, em entrevista a Tribuna do Norte, diz que a primeira fuga do sistema principal federal de segurança máxima não contou com envolvimento humano, tornando ainda mais estranha a história da fuga.
Tatu e Martelo estavam recolhidos há cerca de 6 meses na Penitenciária Federal de Mossoró. São do Estado do Acre-AC, que fica do outro lado do Brasil, na região Norte. Foram colocados no sistema federal por representar um grande perigo em sua região. São facionados.
Na Penitenciária Federal de Mossoró, os dois ficaram em celas isoladas e conseguiram retirar, ao mesmo tempo, com as mãos, barras de ferros da mesa de alvenaria existente dentro da cela, subiram na parede, abriram um buraco e saíram para a área externa, onde conseguiram alicates, cortaram as cercas de fugiram. Isto foi o que foi dito pelas autoridades.
A fuga ocorreu na madrugada da quarta-feira de cinzas de 2024.
Tão estranho quanto a história contada da fuga, foi a escapada de Tatu e Martelo de uma força tarefa com mais de policiais, cães com superfaro, 7 helicópteros, drones de alta precisão, centenas de viaturas da região da Serra Mossoró e também de Baraúna, tendo sido recapturados somente 51 dias depois já no município de Marabá, no Pará.
Após a recaptura, Tatu e Martelo foram transferidos do Pará de volta para a Penitenciária Federal de Mossoró, onde ficaram até o dia 17 de outubro de 2024, ocasião que foram transferidos para o Penitenciária Federal de Cataduvas, no Paraná.
Passados 12 meses da fuga, o governo, através de seu Secretário Nacional de Políticas Penais, André Garcia, divulga que as investigações apontaram que Tatu e Martelo não tiveram ajuda de terceiros para saírem de dentro da Penitenciária Federal de Mossoró, tornando ainda mais estranho a história contada até agora de como os dois fugiram, ao mesmo tempo.
André Garcia apontou que a fuga aconteceu em função de falhas estruturais, tecnológicas e procedimentais. A questão estrutural, que é o muro, está sendo construído, num investimento de R$ 28,6 milhões. Esta obra deve ser concluída até o final do ano de 2025.
Já com relação a tecnológica, haviam 75 câmeras na época, a maioria sem funcionar, e agora são 194 câmeras modernas, inclusive equipamentos de identifica as placas dos veículos que se aproxima do presídio por uma via de acesso da RN 015. O investimento foi de R$ 530 mil.
Também foram compradas 17 novas viaturas, num investimento de R$ 3,9 milhões, e foram substituídas as luminárias antigas com equipamentos modernos com um investimento de 1 milhão, além de ter sido colocadas telas de proteção fechando o telhado pela parte interna.
Foram enviados mais 19 policiais penais para reforçar o serviço da Penitenciária Federal de Mossoró. Na questão de procedimento, com os novos policiais, as revistas das celas voltaram a ser diárias, além de ter ocorrido reforço em todas as celas para corrigir, no caso de haver, pontas de ferros nas mesas de alvenaria, exatamente o que foi usado por Tatu e Martelo.
Punição
O Ministério da Justiça informa que 17 servidores foram “punidos” pela fuga, sendo que quatro deles foram suspensos por 30 dias e os demais assinaram termos de ajustamento de conduta para não repetir o mesmo erro, além de participar de cursos de reciclagem.