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ESTADO
O GLOBO E DA REDAÇÃO
18/02/2019 15:08
Atualizado
18/02/2019 15:29

Área de inteligência no RN recebe apenas 0,5% dos recursos da segurança

Levantamento feito pelo jornal O Globo revela que, de cada R$ 100 destinados pelos estados e o Distrito Federal para a segurança em 2017, apenas R$ 0,54 foram investidos em inteligência
O Rio Grande do Norte aparece como um dos Estados da federação que menos destinam recursos da Segurança Pública para a Inteligência
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O Rio Grande do Norte aparece como um dos Estados da federação que menos destinam recursos da Segurança Pública para a Inteligência.

Citada por especialistas e governantes como item fundamental na agenda desegurança , as ações na área de inteligência não recebem atenção prioritária na hora da execução dos gastos públicos. Levantamento feito pelo jornal O Globo revela que, de cada R$ 100 destinados pelos estados e o Distrito Federal para a segurança em 2017, apenas R$ 0,54 foram investidos em inteligência.

No caso do RN, de um montante de R$ 811.804.159,2 destinado para a segurança, R$ 4.166.880,83 foram destinados à Inteligente, o que significa 0,51329% dos recursos.

Não se trata de uma das piores situações. O Rio de Janeiro, por exemplo, destinou somente 0,00003%

O pacote legislativo anticrime proposto pelo ministro da Segurança Pública e Justiça, Sergio Moro, tem ações para facilitar investigações, mas não se debruça sobre esse baixo índice de gastos em inteligência.

Na comparação com 2014, apesar do aumento geral das despesas na área (de R$ 55,7 bilhões para R$ 68,5 bilhões), o setor de inteligência perdeu espaço, com queda de 42% (R$ 643,4 milhões para R$ 369,5 milhões). A maior parte do incremento orçamentário foi consumida com os gastos relacionados à Previdência, pagamento de salários e custeio.

Não há um parâmetro estabelecido por estudiosos da área como um percentual ideal, mas, nos últimos cinco anos (2014 a 2018), o governo federal investiu em inteligência, em média, cerca de 9% de tudo que foi gasto com segurança. O valor foi impulsionado por grandes eventos, como Copa do Mundo e Jogos Olímpicos.

Os dados referentes aos estados e ao DF foram compilados com base nas informações entregues ao Tesouro Nacional — 2017 é o ano mais recente disponível. Foram consideradas as despesas alocadas no tópico “informação e inteligência”, que compõe o setor do orçamento dedicado à segurança.

Em 2014, o investimento em inteligência representou 1,1% do orçamento da segurança nos estados, índice que caiu para 0,54% três anos depois. No mesmo intervalo de tempo, os homicídios passaram de 59,7 mil para 63,8 mil. Especialistas destacam que, no período recente em que o país viveu um processo de crescimento econômico, o aumento geral de gastos públicos também se refletiu na segurança, mas em grande parte dos casos foi traduzido em contratação de efetivo e aumentos salariais.


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