16 ABR 2024 | ATUALIZADO 15:47
MUNDO
ANNA PAULA BRITO
18/03/2020 19:21
Atualizado
19/03/2020 09:41

Italiana que morou no Brasil fala sobre preocupação com avanço do coronavírus

Carlotta Ferraroni vive atualmente em Londres, na Inglaterra. Ela viveu 6 meses em Mossoró durante um intercâmbio e passou mais um mês de férias. Nesse período precisou de atendimentos nas UPAs da cidade e, diante do que está vivenciando na Europa, garante: o Brasil não está preparado para enfrentar o coronavírus se os casos explodirem.
Carlotta Ferraroni vive atualmente em Londres, na Inglaterra. Ela viveu 6 meses em Mossoró durante um intercâmbio e passou mais um mês de férias. Nesse período precisou de atendimentos nas UPAs da cidade e, diante do que está vivenciando na Europa, garante: o Brasil não está preparado para enfrentar o coronavírus se os casos explodirem.
FOTO: REPRODUÇÃO

A pandemia do Covid-19, causada pelo coronavírus, vem causando mortes por todo o mundo. Todos os dias, novos casos estão surgindo e é cada vez mais necessário que a população esteja consciente dos seus deveres para evitar que o caos se instale no sistema de saúde.

Conhecido por ter uma população mais idosa, público de maior risco, a Europa é um dos continentes mais afetados pela doença, tendo como epicentro a Itália, onde foi instituída uma quarentena obrigatória, com isolamento total da população.

Porém outros países também estão enfrentando uma grave crise de saúde, como é o caso da Inglaterra. O MOSSORÓ HOJE conversou com a Carlotta Ferraroni, uma italiana que vive atualmente na capital inglesa, Londres.


Ela contou que no local o governo está tentando se organizar para combater a doença, mas as medidas estão muito lentas. A expectativa na cidade é que todas as coisas fechem até o final de semana, mas nada foi confirmado ainda.

“O bom daqui é que o povo ficou com medo, então não tem muitas pessoas nas ruas ou nas lojas, as lojas mudaram os horários e tem um número limitado de pessoas que podem entrar no mesmo momento, no supermercado, por exemplo”, contou

De acordo com Carlotta, há 2 mil pessoas doentes, mas as previsões do governo é que 55 mil novos casos sejam notificados nas próximas semanas.

“Ninguém tá saindo, todo mundo está pedindo os deliverys em casa, os bens primários o Amazon está mandando e só tá saindo agora mesmo quem precisa trabalhar, mas se o posto de trabalho ficar fechado, não precisa sair”, disse.

Ela explicou que o governo local está tentando transformar outras partes dos hospitais em unidades de terapia intensiva, devido a grave crise no local, contudo, não há médicos e enfermeiros suficientes para atender a demanda.

“Com a terapia intensiva, quando não tiver mais vagas, os médicos vão atender as pessoas que têm mais chances de sobreviver. Quer dizer se eu entrar com meu meu 25 anos, saudável, e o meu pai entrar, com 62 e problemas respiratórios e de coração, meu pai fica para fora, sem ser atendido, nunca, porque não tem espaço. Então a prevenção é muito importante para cuidar das famílias também”.

Carlotta mostrou preocupação com a situação do Brasil, visto que muita gente ainda não está levando a sério a pandemia. Ela viveu 6 meses em Mossoró durante um intercâmbio e também passou mais um mês de férias na cidade.

“Eu fui pro hospital no Brasil várias vezes, nada grave, mas fui, também fui na UPA, e não tem espaço pra isso. Vai ser muito complicado se o pessoal não tomar cuidado. Além disso, quanto antes o pessoal ficar em casa, antes poderemos voltar a normalidade”, falou.

Ela diz que não entende o porquê de as coisas ainda não terem fechado no Brasil, o movido dos barzinhos ainda estarem funcionando.

“Também uma besteira que eu li na internet foi que, com o calor, o vírus vai desaparecer. Não sabemos disso e eu também não confiaria nisso. Então tem que cuidar cuidado e só sair de casa se realmente for pra ajudar pessoas, isso no posto de trabalho, se não, tem que ficar em casa”, reformou Carlotta.


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